Geraldo Campos Jr. e Lais Carregosa, da Agência iNFRA
Os acionistas da Eletrobras elegeram, nesta terça-feira (29), a nova composição do Conselho de Administração da companhia, que pela primeira vez terá dez membros. Para as sete vagas destinadas aos acionistas privados, a escolha foi feita por meio de voto múltiplo. Seis deles foram indicados pela administração para o Conselho da companhia. O banqueiro José João Abdalla Filho, que disputava a vaga por fora, também foi eleito.
Foram eleitos em AGO (Assembleia Geral Ordinária) os seguintes indicados pela administração: Vicente Falconi Campos, Ana Silvia Corso Matte, Felipe Villela Dias, Marisete Dadald Pereira e Carlos Marcio Ferreira. Falconi foi reconduzido como presidente do Conselho. Dos cinco nomes, apenas Carlos Ferreira não está no colegiado atualmente.
O único dos indicados da administração da Eletrobras que ficou de fora foi Daniel Alves Ferreira. Para o lugar dele, saiu vencedor o nome de Abdalla, que não estava na proposta da administração e foi indicado por fora por acionistas, ficando com a sexta vaga.
Marcelo Gasparino e Afonso Henriques Moreira Santos, que também foram indicados por acionistas, não foram eleitos. Gasparino, assim como Abdalla, tinha recebido recomendação de voto pela consultoria para investidores ISS (Institutional Shareholder Services).
Já para a sétima vaga, destinada aos acionistas preferencialistas e com eleição em separado, foi eleito Pedro Batista, também indicado pela administração para recondução. Ele superou na votação Rachel de Oliveira Maia, indicada por fora por acionistas.
A eleição coloca fim a uma conturbada disputa que se desenrolou nas últimas semanas entre candidatos, com a administração da Eletrobras defendendo sua lista recomendada diante da concorrência paralela de nomes conhecidos no mercado, como o de Gasparino, que vinha fazendo uma intensa campanha no LinkedIn, com críticas à administração, e chegou a receber três advertências pelas publicações.
Nomes do governo
Três das vagas no Conselho são de representantes do governo, eleitos após aval dos acionistas para o acordo com a União, que encerrou ação movida no STF (Supremo Tribunal Federal). Os termos da autocomposição foram aprovados pelos acionistas em assembleia extraordinária antes da eleição.
Foram eleitos para as vagas destinadas à União: Maurício Tolmasquim, diretor da Petrobras; Silas Rondeau, presidente da ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional); e Nelson Hubner, conselheiro da ENBPar.
Os três nomes foram confirmados em votação dos acionistas do governo na assembleia. Conforme o acordo com a União, somente o governo votou para os três assentos.
Sobre a decisão relativa à ampliação das vagas da União no conselho, Silveira diz que esse foi apenas o primeiro passo para se fazer respeitado o direito dos eletricitários e da população brasileira na empresa.
“Somos sócios majoritários e garantimos ações firmes para que a empresa atenda interesses nacionais estratégicos, através de representantes da União na companhia.”
Conselho Fiscal
Os acionistas também elegeram um novo Conselho Fiscal, para o qual o governo também conquistou o direito de indicar um integrante por meio do acordo. Nesta vaga, foi eleito o atual secretário de Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena.
Ele foi indicado pela União como suplente do ex-ministro Guido Mantega, que desistiu de concorrer, e um novo nome não foi submetido pelo governo antes da assembleia.