Jenifer Ribeiro, da Agência iNFRA
Em meio à crise por causa da alta de preços dos derivados de petróleo, uma norma do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), a 33/2021, pode incentivar a redução de custos com a implementação de projetos de asfaltamento no país.
A norma definiu os procedimentos para reaproveitamento de material fresado ou removido do pavimento em obras de rodovias federais. Isso aumentou o potencial do mercado no Brasil do chamado “asfalto morno”.
A técnica promete ser mais econômica, durável e menos poluente que o modelo tradicional. Ele é produzido em temperaturas entre 100ºC a 140ºC, enquanto o asfalto mais comum no país precisa atingir 170ºC para ficar pronto para uso.
O gerente de negócios da Ingevity, Hernando Macedo Faria, explicou à Agência iNFRA que atualmente a tecnologia é usada por prefeituras ou por empresas com concessões rodoviárias, como a Arteris, a EcoRodovias e a CCR.
De acordo com o gerente da empresa, em países europeus e nos Estados Unidos esse tipo de técnica já tem um uso maior. Nos Estados Unidos, por exemplo, o “asfalto morno” responde por 50% da mistura asfáltica produzida no país. Segundo o gerente, aqui no Brasil o percentual é de 2% a 3%.
Compactação mais simples
Embora não existam estudos brasileiros sobre o tema, Faria disse que levantamentos nos Estados Unidos apontam uma durabilidade “20% maior” que o asfalto convencional. Além disso, ele explicou que na aplicação do asfalto convencional é preciso passar o rolo compactador 24 a 30 vezes, para garantir que o asfalto atinja a compactação necessária.
Com o “asfalto morno”, são necessárias de duas a três idas e duas a três voltas, reduzindo custos e a emissão de causadores do efeito estufa em 15% a 20% menores.