Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
A sonda de perfuração NS 42 (também denominada ODN-II), afretada pela Petrobras junto à fornecedora Foresea, está no litoral do Pará, próximo à Ilha de Marajó, e aguarda sinalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) sobre a data da APO (Avaliação Pré-Operacional), espécie de simulação de emergência, para seguir até o ponto do bloco FZA-M-59, na costa do Amapá, onde a Petrobras tem planos de perfurar para procurar petróleo. A APO é a última etapa do processo de licenciamento ambiental da campanha exploratória da Petrobras nesta área da Bacia da Foz do Amazonas, uma das cinco que formam a Margem Equatorial.
“A sonda NS 42 chegou à região de Belém (PA) no último dia 28/06. A embarcação fará uma parada operacional na costa paraense, antes de seguir viagem para o Amapá. De acordo com o andamento da parada operacional e os preparativos para a realização da APO, será definida a data de chegada ao destino final da sonda”, informou hoje a Petrobras à Agência iNFRA.
No mês passado, a companhia solicitou formalmente ao Ibama que a APO fosse realizada em 14 de julho, o que ainda não foi oficialmente confirmado pelo Ibama. O presidente da autarquia ambiental, Rodrigo Agostinho, já disse concordar com a data em entrevista à Agência iNFRA, mas a falta de uma manifestação oficial já cria desconfianças dentro da estatal.
No mesmo documento em que sugeriu a data da APO, a Petrobras indicou que a sonda estaria na região do teste em 29 de junho, o que foi alterado depois, em nova comunicação, para 30 de junho. A data foi cumprida. A sonda não chegou propriamente ao local exato do teste, mas se encontra na região. A ODN-II deixou a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, em 7 de junho.
A Petrobras pretende perfurar em lâmina d’água de 2,8 mil metros e a 175 km da costa do Amapá, com o objetivo de verificar a existência ou não de jazida petrolífera nesta parte da Margem Equatorial. O licenciamento ambiental para exploração do óleo e gás na área se arrasta desde 2014, e está com a Petrobras desde 2020, tendo se intensificado nos dois últimos anos, após uma primeira negativa do Ibama à estatal. Antes, foi tentado pela britânica BP e pela francesa TotalEnergies, que desistiram.