Elisa Costa, da Agência iNFRA
O setor de aviação civil demonstra preocupação com relação ao impacto dos combustíveis de baixo carbono nos preços e nos custos do segmento. Neste cenário, está incluso o SAF (Combustível Sustentável de Aviação), obtido a partir de matérias-primas como gorduras vegetais e animais, cana-de-açúcar, etanol, resíduos e demais fontes de baixo carbono.
Em audiência pública na CI (Comissão de Infraestrutura) do Senado, nesta terça-feira (21), Marcela Braga, gerente de Meio Ambiente e Transição Energética da Superintendência de Governança e Meio Ambiente da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), destacou a importância do SAF, mas disse ser importante buscar alternativas racionais e de custo eficiente.
“Uma preocupação é o impacto no preço e no custo, para que a gente possa permitir o acesso da população ao transporte aéreo. Precisamos de um mecanismo que permita a descarbonização, mas sem impactar demasiadamente o setor”, comentou a gerente, durante sua fala.
O uso do SAF é fomentado pelo PL do Combustível do Futuro (PL 528/2020), que cria o ProBioQAV (Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação). De acordo com o projeto, os operadores aéreos no Brasil terão que reduzir as emissões de dióxido de carbono em 1% ao ano de 2027 a 2037. Ao final desse período, a redução deve ser de 10%.
Operações internacionais no país terão que seguir um outro modelo de redução, o do Corsia (Sistema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional, em tradução livre), cujas regras foram aprovadas pela ANAC na semana passada, conforme noticiou a Agência iNFRA.