Sheyla Santos, da Agência iNFRA
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, confirmou que estará na B3, em 22 de agosto, participando de cinco leilões importantes para o setor portuário no Recife e no Rio de Janeiro. O terminal VDC04, no Pará, vai ficar, segundo ele, para um outro momento. “Possivelmente no leilão de setembro ou dezembro”, disse em evento da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).
Costa Filho disse ainda que deve anunciar, no início da próxima semana, um modelo de securitização para os setores portuário e de aviação, a exemplo do setor de transportes. Sobre o derrocamento do Pedral do Lourenço, o ministro afirmou que, depois de 20 anos, finalmente, haverá uma liberação.
“É muito importante aquela obra que vai ajudar na hidrovia do Tocantins, do Arco Norte. Vai fortalecer muito aquela região para ajudar no escoamento da produção”, afirmou o ministro que depois participou de cerminônia de entrega da premiação Portos +Brasil. Os vencedores podem ser vistos neste link.
Dados do setor
As falas ocorreram durante a divulgação do “Estatístico Aquaviário”, organizado pela ANTAQ. Leia aqui a apresentação. Segundo a agência, o setor teve crescimento de 4,28% no primeiro semestre de 2024 na comparação com o mesmo período de 2023, movimentando 644,76 milhões de toneladas de cargas.
O documento também destaca uma movimentação recorde de cargas conteinerizadas no primeiro semestre de 2024, com crescimento de 22,72%. Nos primeiros seis meses do ano, houve crescimento de 30,22% na cabotagem de contêiner em comparação ao primeiro semestre de 2023.
“Com base no histórico da movimentação de contêineres dos últimos quatro anos, sinaliza-se uma retomada da atividade em diversos portos do país, o que demonstra um crescimento contínuo”, diz a agência no documento, acrescentando que a movimentação recorde de contêineres superou a performance observada em 2021, quando o transporte de mercadorias via contêiner foi “significativo”.
Movimentação por regiões
A região com maior movimentação foi a Sudeste, que atingiu 322,5 milhões de toneladas no primeiro semestre (+6,1%), com destaque para as movimentações de petróleo e derivados e minério de ferro. Na sequência, a região Nordeste totalizou 149,2 milhões de toneladas na movimentação de cargas (+4,1%), com destaque para minério de ferro (+6,16%) e petróleo e derivados (+2,38%).
A região Sul, por sua vez, movimentou 90,8 milhões de toneladas de cargas (+4,6%), com predominância para açúcar (+77,60%) e soja (+18,31%). Já a região Norte movimentou 79,5 milhões de toneladas de cargas (+0,6%). Os produtos em destaque foram milho (+17,92%) e bauxita (+3,16%). O Centro-Oeste, por sua vez, sofreu com mudanças climáticas e teve share residual de aproximadamente 0,5%. Houve recuo na movimentação de soja (60,1%) e minério de ferro (39,7%).
Navegação
A ANTAQ também apresentou o dado de movimentação de cargas de longo curso no período, que foi de 452,9 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024, crescimento de 5,69% em comparação com o mesmo período do ano passado. A cabotagem apresentou alta de 3,94% em comparação com o mesmo período do ano passado, movimentando 147,7 milhões de toneladas.
O documento da ANTAQ destaca que o apoio marítimo teve crescimento de 10,61%, com movimentação de 0,6 milhões de toneladas. A navegação interior decresceu 7,47% nos primeiros seis meses do ano, atingindo uma movimentação de 42,6 milhões de toneladas. Também houve recuo de 12,67% em operações de carga feitas em apoio portuário.