Marília Sena, da Agência iNFRA
A Portos do Paraná se prepara para um conjunto de investimentos em 2025, com expectativa de que pelo menos três arrendamentos portuários sejam realizados ainda neste ano no porto de Paranaguá, começando com o leilão do PAR15, previsto para o dia 21 de fevereiro, conforme informou o presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, em entrevista exclusiva à Agência iNFRA.
Além do PAR15, um terminal para granéis vegetais, outras áreas que devem ir para arrendamento são o PAR14 e o PAR25, também de granéis vegetais. O PAR14, segundo Luiz Fernando, deve ser submetido à avaliação do TCU (Tribunal de Contas da União) em breve. Já a análise do arrendamento do PAR25 foi encaminhada à Corte na última semana.
A expectativa para os arrendamentos é alta. “Temos recebido muitas consultas, de grandes empresas, tanto multinacionais quanto nacionais, que estão ou não instaladas aqui, mas que buscam uma posição no Brasil. Elas têm mostrado interesse em entender mais sobre o processo e nos indicam que participarão do leilão”, afirmou Luiz Fernando, que está a frente do porto que faz aniversário de 90 anos.
“Claro que até lá tudo pode mudar, mas as perspectivas que estamos recebendo, as sondagens e os encontros que tivemos com essas empresas demonstram que elas estão se preparando para participar”, completou.
Com o leilão das três áreas previstas, a previsão é que o montante arrecadado gire em torno de R$ 2 bilhões. Com o leilão do PAR15, a Portos do Paraná terá realizado o sexto leilão desde 2019. O terminal, destinado à movimentação e armazenagem de granéis sólidos, aguardava licitação desde 2016.
Concessão do Canal de Acesso
A concessão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá pode ser finalizada ainda no primeiro semestre deste ano, conforme a expectativa da equipe da Portos do Paraná (reportagem sobre o modelo está neste link). A documentação entregue ao TCU no início de dezembro está bem encaminhada. Uma reunião sobre o canal aconteceu na última quarta-feira (8).
De acordo com Luiz Fernando Garcia, desde que surgiu a ideia de conceder o canal para investimentos e operação privados, a Portos do Paraná já vinha sendo procurada para discussões sobre o processo. Agora, com o encaminhamento da documentação, os diálogos com os interessados se intensificaram.
“Principalmente as grandes empresas de dragagem do mundo têm nos procurado, assim como têm buscado o Ministério [de Portos e Aeroportos] e a agência reguladora [ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários] para entender melhor o processo. Durante a audiência pública e a consulta pública, essas empresas manifestaram interesse em contribuir para o aperfeiçoamento do modelo”, disse o diretor.
Outros cinco em avaliação
Segundo Luiz Fernando, o processo se encontra em fase de texto final e há “sinalização de que essas empresas têm, sim, apetite para participar deste primeiro processo de concessão de canal do país”.
No canal de acesso público ao Porto de Paranaguá, o concessionário será responsável pela gestão por um período de 25 anos, com a possibilidade de prorrogação por mais 70 anos.
A expectativa é que o valor de aproximadamente R$ 1 bilhão seja investido durante a concessão, o que pode abrir portas para futuras licitações desse mesmo modelo em outros portos. Os portos de Santos (SP) e Salvador (BA) estão com estudos em andamento. Rio Grande (RS), Suape (PE) e Itaqui (MA) também demonstram interesse no modelo.